domingo, 16 de junho de 2013

O que são relações e interações sociais?

Existem várias visões das relações entre indivíduos e sociedade, na qual são analisadas por autores clássicos da Sociologia: Karl Marx, Émile Durkheim, Max Weber, Norbert Elias e Pierre Bourdieu,
Primeiramente, na visão de Marx, a relação que havia era entre os indivíduos e as classes sociais, por exemplo, quando um operário é aceito em uma empresa, assina um contrato do qual consta que deve trabalhar tantas horas por dia e por semana e que tem determinados deveres e direitos, além de um salário mensal, ou seja, o operário vende sua força de trabalho e o empresário compra essa força. Então essa é a relação de indivíduos e classes sociais visada por Marx, na qual há a classe operária e a burguesa, interagindo entre si por meio do trabalho.
Já na visão de Durkheim, a relação que havia era entre os indivíduos e as instituições. Ele dizia que a força da sociedade estava na herança dos antepassados para gerações futuras, sendo as normas, costumes e valores que devemos aprender e que são controlados por instituições, por exemplo, um membro da sociedade aprende o que pode ou não fazer na vida comunitária e que se não agir da forma correta e estabelecida, será repreendido ou punido, dependendo da falta cometida. Então é onde entra as instituições, que nesse caso do exemplo seriam as de sistema penal e judiciário, que vão julgar esse membro e puni-lo pelo tal ato, sendo retirado da sociedade e isolado em uma prisão para ser reeducado e futuramente reintegrado ao convívio social novamente. Portanto, isso era a relação visada por Durkheim.
No caso de Weber, sua teoria de relação era entre os indivíduos e sua ação social, ou seja, entender por que as pessoas tomam determinadas decisões ou quais são as razões para seus atos, etc. Então ele constrói vários tipos de ações sociais para entender essa realidade, pois o indivíduo escolhe condutas e comportamentos dependendo das situações que se lhe apresentam e partindo desse indivíduo ele pretende compreender a sociedade como um todo, por isso sua teoria de relação entre indivíduos e sociedade é essa.
Por fim Elias e Bourdieu têm a teoria de relação: sociedade e indivíduos. Elias cria o CONCEITO DE CONFIGURAÇÃO, com o intuito de desnaturalizar o olhar das pessoas de que a sociedade e os indivíduos são distintos, divididos, e mostrar o contrário, que a sociedade é um todo, uma unidade com indivíduos se relacionando nela.
Como exemplo ele dá um jogo de cartas, onde há regras e  jogo seria a sociedade, porém precisa-se dos participantes, pois do contrário não teria jogo e sozinho ninguém conseguiria jogar também, já no coletivo cada um teria suas estratégias e seguiria as regras com o objetivo de ganhar o jogo. Ou até em uma partida de futebol, onde também há regras e precisa-se dos jogadores, juízes, bandeirinhas, torcida, etc, todos se relacionando entre si naquela partida, isto é, não há separação entre indivíduo e sociedade, é o que esse conceito estuda. Elias também cria o CONCEITO DE HABITUS, que resumidamente, é algo como nossa segunda natureza ou um saber social incorporado durante nossa vida em sociedade, ou seja, uma socialização secundária, e Bourdieu pensava da mesma forma em termos gerais, que havia essa ligação teórica entre indivíduo e sociedade, mas diferenciava na maneira de propor a questão. Para ele o conceito de habitus se apresenta como social e individual ao mesmo tempo, ou seja, era a socialização tanto primária quanto secundária.
Portanto, a Sociologia oferece várias possibilidades teóricas para a análise da relação entre indivíduo e sociedade e apesar de todas as perspectivas diferentes dos sociólogos, todos buscaram explicar o processo de constituição da sociedade e a maneira como os indivíduos se relacionam.
Enfim, relações e interações sociais se resume na interação, que é a ação entre nós, que somos atores sociais, na qual cada relação social existe uma interação diferente, com atores sociais diferentes, que têm papéis e funções sociais diferentes também.

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