domingo, 16 de junho de 2013

O que é construção social da identidade?

A construção da identidade social é caracterizada pela forma como nós mesmos nos vemos, ou seja, é o sentido egocêntrico conjugado pela forma como os outros nos vêem. Designa-se também como identidade social, o indivíduo pertencer à determinadas categorias, isto é, o indivíduo possui várias identidades, sendo elas do gênero (masculino, feminino), nacional (brasileiro, estrangeiro), etária (idade), étnica (sua etnia ou raça: branco, negro), profissional (sua profissão) entre outras.
A teoria da identidade social foi inicialmente formulada pelos psicólogos sociais Henri Tajfel e John Turner, e em estudos da década de 60 e 70 foi revelado que essa identidade estaria ligada à classes sociais, ou seja, um indivíduo que pertencia a uma determinada classe social teria a mesma identidade que o outro indivíduo que pertencesse a mesma, tornando assim esses indivíduos dependentes da sua estrutura social e não de suas próprias escolhas.
Só depois, após estudos sociológicos foi defendida uma identidade individual e então a identidade social passou a ser vista como algo que se constrói individualmente, portanto cada ser tem sua própria identidade, como é até os dias atuais.

O que são relações e interações sociais?

Existem várias visões das relações entre indivíduos e sociedade, na qual são analisadas por autores clássicos da Sociologia: Karl Marx, Émile Durkheim, Max Weber, Norbert Elias e Pierre Bourdieu,
Primeiramente, na visão de Marx, a relação que havia era entre os indivíduos e as classes sociais, por exemplo, quando um operário é aceito em uma empresa, assina um contrato do qual consta que deve trabalhar tantas horas por dia e por semana e que tem determinados deveres e direitos, além de um salário mensal, ou seja, o operário vende sua força de trabalho e o empresário compra essa força. Então essa é a relação de indivíduos e classes sociais visada por Marx, na qual há a classe operária e a burguesa, interagindo entre si por meio do trabalho.
Já na visão de Durkheim, a relação que havia era entre os indivíduos e as instituições. Ele dizia que a força da sociedade estava na herança dos antepassados para gerações futuras, sendo as normas, costumes e valores que devemos aprender e que são controlados por instituições, por exemplo, um membro da sociedade aprende o que pode ou não fazer na vida comunitária e que se não agir da forma correta e estabelecida, será repreendido ou punido, dependendo da falta cometida. Então é onde entra as instituições, que nesse caso do exemplo seriam as de sistema penal e judiciário, que vão julgar esse membro e puni-lo pelo tal ato, sendo retirado da sociedade e isolado em uma prisão para ser reeducado e futuramente reintegrado ao convívio social novamente. Portanto, isso era a relação visada por Durkheim.
No caso de Weber, sua teoria de relação era entre os indivíduos e sua ação social, ou seja, entender por que as pessoas tomam determinadas decisões ou quais são as razões para seus atos, etc. Então ele constrói vários tipos de ações sociais para entender essa realidade, pois o indivíduo escolhe condutas e comportamentos dependendo das situações que se lhe apresentam e partindo desse indivíduo ele pretende compreender a sociedade como um todo, por isso sua teoria de relação entre indivíduos e sociedade é essa.
Por fim Elias e Bourdieu têm a teoria de relação: sociedade e indivíduos. Elias cria o CONCEITO DE CONFIGURAÇÃO, com o intuito de desnaturalizar o olhar das pessoas de que a sociedade e os indivíduos são distintos, divididos, e mostrar o contrário, que a sociedade é um todo, uma unidade com indivíduos se relacionando nela.
Como exemplo ele dá um jogo de cartas, onde há regras e  jogo seria a sociedade, porém precisa-se dos participantes, pois do contrário não teria jogo e sozinho ninguém conseguiria jogar também, já no coletivo cada um teria suas estratégias e seguiria as regras com o objetivo de ganhar o jogo. Ou até em uma partida de futebol, onde também há regras e precisa-se dos jogadores, juízes, bandeirinhas, torcida, etc, todos se relacionando entre si naquela partida, isto é, não há separação entre indivíduo e sociedade, é o que esse conceito estuda. Elias também cria o CONCEITO DE HABITUS, que resumidamente, é algo como nossa segunda natureza ou um saber social incorporado durante nossa vida em sociedade, ou seja, uma socialização secundária, e Bourdieu pensava da mesma forma em termos gerais, que havia essa ligação teórica entre indivíduo e sociedade, mas diferenciava na maneira de propor a questão. Para ele o conceito de habitus se apresenta como social e individual ao mesmo tempo, ou seja, era a socialização tanto primária quanto secundária.
Portanto, a Sociologia oferece várias possibilidades teóricas para a análise da relação entre indivíduo e sociedade e apesar de todas as perspectivas diferentes dos sociólogos, todos buscaram explicar o processo de constituição da sociedade e a maneira como os indivíduos se relacionam.
Enfim, relações e interações sociais se resume na interação, que é a ação entre nós, que somos atores sociais, na qual cada relação social existe uma interação diferente, com atores sociais diferentes, que têm papéis e funções sociais diferentes também.

O que é socialização primária e secundária?

A socialização consiste na interiorização que cada indivíduo faz desde que nasce e ao longo de toda a sua vida, das normas e valor da sociedade em que está inserido e dos seus modelos de comportamento. Assim sendo, socializar é interiorizar no indivíduo os modos de pensar e de agir, do grupo do qual faz parte.
É um processo de aprendizagem em que, através da interiorização dessas normas e valores comuns, se faz aumentar a solidariedade entre os membros de um grupo e, portanto, a socialização é determinante para a integração social, formando-se assim o espírito de adesão ao grupo, que é o gosto pela vida coletiva e a aceitação das regras estabelecidas, sem esquecer de participar e contribuir com o grupo, para que possam atingir suas metas e objetivos. E também forma-se nesse processo a ação coercitiva do fato social, que é o que nos impede ou nos autoriza a praticar algo, por exercer uma pressão em nossa consciência, dizendo o que se pode ou não fazer, em resumo, a coerção social é a força que esses fatos sociais exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se com as regras da sociedade em que vivem independentemente de sua vontade ou escolha, teoria estudada inclusive por Durkheim, que dizia que a sociedade é uma realidade estruturada ao longo da história que converte o presente em que vivemos num fato duradouro, resistente ao capricho da nossa vontade, e que ela se apresenta como um todo estruturado capaz de moldar os indivíduos, os quais da sociedade dependem como uma realidade externa, independente do indivíduo.
Para isso, cria-se a educação e para vivermos em sociedade, dependemos dela. Existem, portanto, as normas da sociedade, que são as regras, na qual há o olhar de reprovação que é coercitivo, ou seja, é uma pressão da sociedade sob um indivíduo que fez algo errado, pois não teve EDUCAÇÃO. Então a educação tem toda essa importância, pois consiste num esforço contínuo para impor ao indivíduo maneiras de ver e de agir as quais ele não teria chegado espontaneamente, daí a importância do processo, teoria também visada por Durkheim.
Por isso, para se construir essa educação no indivíduo, existem dois tipos de socialização: primária e secundária. Assim sendo, durante a infância ocorre a socialização primária, na qual a criança aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos de comportamento do grupo a que se pertence. Então esse tipo de socialização é essencial para o indivíduo pois deixa marcas muito profundas em toda a sua vida, já que é aí que se constrói o primeiro mundo do mesmo.
Por sua vez, a socialização secundária é todo e qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores no mundo objetivo da sociedade (na escola, nos grupos de amigos, no trabalho, etc), existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam em nós, assim como novos papéis que vamos assumindo em vários grupos a que vamos pertencendo e nas várias situações em que somos colocados.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

O que é Sociologia, sua origem e o que faz um sociólogo?

A Sociologia, criada por August Comte, em 1830, se desenvolveu no Ocidente: a passagem da sociedade feudal para a sociedade capitalista ou da sociedade medieval para a sociedade moderna. Assim, ela foi criada pela junção de ideias de cada ser que constituíam uma sociedade, então foram surgindo curiosidades de cada um, junto com as transformações que ocorreram no mundo, principalmente a Revolução Industrial que alterou completamente o modo de vida das pessoas na sociedade e na busca de um outro tipo de explicação para os fenômenos da sociedade, a explicação científica, surge assim a Sociologia, que foi então o fruto de todo um conhecimento sobre a natureza e a sociedade que se desenvolveu a partir do século XV. De início deu-se o nome de Física Social, pois queria entender-se a mecânica, ou seja, o movimento da sociedade, mas só depois deu-se o nome oficial de Sociologia.
A ciência em si estuda nossa sociedade, seja ela na antiguidade ou na idade contemporânea, como ela se forma, a parte econômica, histórica e exercendo também o fato social, que é aquilo que nos impede ou nos autoriza a praticar algo, por criar uma pressão em nossa consciência dizendo o que se pode ou não fazer. E tem como objetivo tirar os seres sociais do senso comum e implantar o olhar sociológico. O senso comum é carregado de prenoções que geram os preconceitos, sendo imediatista, ou seja, simplista, que não reflete cuidadosamente sobre as coisas e não se preocupa em definir a realidade muito bem; superficial, que se conforma com a aparência e é identificado com frases do tipo "porque eu vi", "me contaram", "todo mundo diz", "´é assim que eu sinto", etc; acrítico, que não estabelece reflexão aprofundada sobre a realidade, ou seja, não questiona sobre o que é dito; cheio de sentimentos, na qual a visão da realidade é marcada pelas emoções e as emoções não permitem ter objetividade, por isso as ações não são racionais; e cheio de preconceitos, que conceitua sem conhecer de verdade e usa explicações prontas cheias de juízos de valor. Portanto é preciso ser treinado para desnaturalizar a realidade, isto é, criar um olhar de estranhamento e curiosidades sobre as coisas e assim forma-se o olhar sociológico, que é aquele científico, crítico e com opiniões.
Para isso, se tem os sociólogos que estudam a sociedade, suas normas/regras, o comportamento dos seres sociais e estudam através de pesquisas e até entrevistas.